terça-feira, 22 de abril de 2008

Palíndromo

Benditas sejam as palavras com as quais me amaldiçoaste ao quase eterno rancor que brota em meu corpo como um tijolo que cai e quebra nesses mil pedaços que são sou pedaços mais de mil quebrados como tijolos nesse corpo que brota do rancor eterno que quase amaldiçoaste com tuas benditas palavras.

domingo, 6 de abril de 2008

Meio nada

Declaro hoje como fato, depois de todo o afeto, que ao seguir teus passos perdi-me em teus rastros. Agora também meus, choro porque entornei minh’alma ao tornar-me súbito súdito de um senhor que abandonou-me terras inférteis. As pegadas que imaginei, mesmo esperei ver agora fazem parte de um passado que já esqueci, mas ainda sinto. E há dor nesse horizonte frio e vazio, onde o nada reverbera – você nunca imaginará quanto. Ou talvez imagine, porque eu já te perdi, perdi teu endereço, perdi teu rumo, perdi meu rumo, perdi teu cheiro, perdi teu rosto. E só o que pedi foi... um abraço.
Mil pedaços espalhados não mais formam um todo que foi levado.